sexta-feira, 17 de julho de 2009

O SUBÚRBIO


O Subúrbio

O que vejo?
Casas
Mal acabadas,
Mal construídas,
Mal formuladas!
Retratos de pessoas,
De seres
Modelados pelo capitalismo.
O subúrbio continua o mesmo!

É assim!
Um sonho
Não planejado!
Nas invasões
Surgem as famílias,
Criadas no acaso
Da falta
De prevenção.
O subúrbio continua o mesmo!


Quase
Sempre descalços,
Os negros caminham nas ruas;
Muitas vezes sem camisa
Com uma gaiola
De pássaros na mão.
O subúrbio continua o mesmo!

As calçadas
São invadidas,
Como todos os terrenos
Ainda possíveis
São invadidos.
Não resta mais nada!
Os bêbados
Nas ruas,
Tornam-se poetas!
Cansados do tédio da vida,
Poetizam
Em uma garrafa de cana.
O subúrbio continua o mesmo!

Aqui
Nas ladeiras,
Aprendem-se tudo,
Vendo tudo!
O medo
É servido no café da manhã,
E as lágrimas
São usadas para fazer o suco.
O subúrbio continua o mesmo!

Os cães latem a madrugada inteira!
Reviram o lixo,
Cruzam no cio,
Defecam em nossas portas
E dormem pelos becos.
Que coisa não!
O subúrbio continua o mesmo!

Esgotos sempre estourados,
Ruas esburacadas,
Cenário de louco,
De vidas um tanto perdidas.
É!
O subúrbio continua o mesmo!

Drogas vendidas nas esquinas;
Assaltos,
Violência ao pudor
E homicídios.
Diante de todas as coisas
O subúrbio continua o mesmo!

Os ciclos passam;
Governo e governantes,
Os sonhos também.
Algumas coisas são feitas;
Poucas coisas são feitas!
O subúrbio continua o mesmo!

Já é tarde!
Bem tarde!
Mas nunca tarde demais.
Mas sabemos,
É!
E como sabemos!
Fingimos que não sabemos,
Mas sabemos!
Nós suburbanos sempre sabemos,
Que o subúrbio continua o mesmo!






Eriberto Henrique 14/07/2009

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